A transição para o casamento é uma das maiores mudanças que o sistema familiar pode passar. É o momento onde os indivíduos deixam suas famílias de origem para constituir a sua própria família. É na família que aprendemos a ser, a desempenhar papéis a partir dos modelos de referência os quais nos são repassados de geração a geração. Portanto, diz respeito às nossas experiências no contexto o qual estabelecemos nossas relações seja no âmbito interno da família ou externo que seria o contexto social mais amplo.
Menezes e Lopes (2007) destacam duas dimensões importantes na transição para o casamento: a individualidade e a conjugalidade. A primeira se refere ao indivíduo, seus desejos e suas percepções de mundo; a segunda diz respeito ao desejo conjunto e história de vida do casal, ou seja, a identidade conjugal. Na opinião das autoras nem sempre estas dimensões convivem de forma harmoniosa, tornando-se um desafio diário para o casal encontrar um ponto de equilíbrio.
Muitos casais entendem que ser um casal é perder a individualidade fato este que pode traduzir-se em resistência ou sinal de “amor” ao abdicar de seus desejos em função do outro, geralmente idealizado. É justamente quando surge o outro “real” que aparece a frustração e a sensação de vazio pelo investimento somente no desejo do outro. Muitos experimentam a sensação de perda de si mesmos.
No entanto, ser casal implica no respeito às individualidades e no desejo de construir um projeto conjunto a partir da intimidade da relação conjugal que não se limita apenas à vida sexual, mas, principalmente, à liberdade de ser um na presença do outro, ou seja, manter vivo seus projetos, seus desejos, porém, aberto a estar com o outro.
Portanto, ser casal suscita muitos desafios na convivência do dia a dia que podem suscitar o surgimento de várias demandas, o que faz com que muitas vezes sintam a necessidade de buscar ajuda psicológica através da terapia de casal.
Psicóloga Maria de Lourdes Basto
Terapia de família e terapia de casal.
CRP 12/ 08013
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