O surto de gripe – Influenza 2018 – que tomou conta de praticamente todos os Estados Unidos é um alerta para os brasileiros que ainda irão passar pela estação mais fria do ano. Desde o início do inverno no hemisfério Norte, 47 mil casos de gripe foram confirmados e 20 crianças morreram. O vírus que está se espalhando é o H3N2, um subtipo do vírus influenza A.
As autoridades recomendam que todos tomem a vacina contra a gripe, pois entre 70% e 80% das crianças que morreram não haviam sido imunizadas. De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Isabella Ballalai, tanto o H1N1 como o H3N2 são tipos de influenza que circulam também no Brasil.
Por isso, as vacinas contra gripe são tri ou quadrivalentes, procurando proteger de três ou quatro tipos de influenza, ou seja, as doses sempre contêm os tipos H1N1, H3N2 e B.
1. Quais as complicações da gripe – Influenza 2018?
O quadro clínico da influenza costuma ser mais grave. Ocorrem febre alta, calafrios, dor de garganta, tosse, mialgias (dores musculares) e cansaço. As complicações mais temidas são pneumonia viral ou bacteriana, síndrome da angústia respiratória (SARS) e, nos casos mais graves, óbito. As complicações ocorrem de forma mais grave em crianças abaixo de 5 anos, idosos, gestantes e puérperas (pós-gravidez) e pessoas com patologias crônicas.
2. Como se prevenir contra a gripe?
Para evitar o contágio é preciso redobrar a atenção com a higiene das mãos e evitar aglomerações. Procure utilizar lenços descartáveis, evite tossir nas mãos, que são veículos de transmissão, lave sempre bem as mãos com água e sabão e use papel-toalha, evite lugares fechados e com grande número de pessoas, mantenha os ambientes ventilados e não compartilhe objetos de uso pessoal. A vacinação é uma das formas de prevenção mais eficientes, é indicada a partir dos 06 meses de vida.
3. Quem pode ser vacinado nos postos de saúde?
O Ministério da Saúde libera a vacina contra gripe (somente a trivalente) de forma gratuita para os seguintes grupos: indivíduos acima de 60 anos, crianças de 6 meses até 5 anos, gestantes, puérperas até 45 dias após o parto, trabalhadores do segmento de saúde, povos indígenas, grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos, sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional, professores das escolas públicas e privadas.
4. Não faço parte do grupo que pode se vacinar pela rede pública, e agora?
Para todos que não fazem parte dos grupos cobertos pela campanha pública de vacinação, a recomendação é procurar clínicas particulares que sejam especialistas em imunização.
5. Quais são as contraindicações para tomar a vacina?
Geralmente, a vacina não costuma dar reações. Em casos raros, a pessoa pode experimentar uma pequena alergia na pele, no local da aplicação.
Não caia naquela ladainha de que o imunizante provoca gripe: como ele é feito com o vírus inativado, não há nenhum risco de ele causar qualquer chateação.
Mas e aquelas histórias de gente que tomou a picada e logo depois começou a espirrar e precisou ficar de cama? Há duas explicações. Em primeiro lugar, o sistema imune demora alguns dias para contrapor o influenza — e pode ser que o sujeito tenha entrado em contato com o vírus no ambiente nesse meio tempo.
Segundo, a eficácia da vacina contra o influenza chega ao máximo em 70%. Sim, há poucos casos em que ela não surte efeito. Mesmo assim, é importante porque ajuda a evitar muitas das complicações pós-gripe, como a pneumonia.
O imunizante só está proibido mesmo para quem tem alergia severa ao ovo (ele é fabricado dentro da casca e se replica a partir da gema e da clara). Mas essa é uma condição bem incomum.
6. Tomei ano passado. Preciso repetir a dose?
Sem dúvida nenhuma! A taxa de proteção da vacina começa a cair após alguns meses. Os vírus da gripe têm uma alta capacidade de mutação. Logo, as cepas que estão circulando agora são bem diferentes daquelas que aterrorizaram o inverno passado. Portanto, é preciso se resguardar novamente para não penar com espirros, prostração, febre e outros sintomas.
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Dra Ligia Castellon Figueiredo Gryninger
Médica Infectologista
CRM/SC: 19025
RQE: 10651
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